Tudo bem com você? Aqui é o Daniel Moreira e vim para mais uma aula!
Tem praticado muito?
Ah, que bom!
Para fazer a aula de hoje é recomendado que você já tenha participado das seguintes aulas:
- Aula 01 – Exposição e Compensação de Exposição – Curso de Fotografia do Câmera Mais
- Aula 02 – Enquadramento e Regra dos Terços – Curso de Fotografia do Câmera Mais
Obs.: Você pode continuar usando a câmera do seu celular para fazer mais esta aula. Isso é opcional, tá bom? Se preferir, pode usar sua câmera DSLR, mirrorless, compacta, bridge, analógica ou outras. O importante mesmo é praticar.
Como disse na aula anterior, a composição é o conjunto de várias coisas. Para compor bem, você já aprendeu sobre o que deixar de fora e o que colocar no seu enquadramento. Aprendeu também sobre como usar a regra dos terços e seus pontos de interseção para realmente chamar a atenção do observador.
Deve lembrar também de eu falar que, em se tratando de composição, o assunto é bastante vasto. Hoje você vai conhecer ou definitivamente entender algo que causa um pouco de confusão na cabeça de quem está começando. Preparado(a)?
Nessa aula você vai aprender:
- Ponto de Fuga
- Simetria
Ponto de fuga:
Para inciar, vou resumir o que são pontos de fuga:
São linhas paralelas que, devido à perspectiva, aparecem na foto como sendo uma forma bidimensional de um triângulo.
Entendeu?
Não?
Tá bom, explico mais um pouco! hehehe
Você com certeza já pegou estrada, né?
Nessa estrada provavelmente tinha uma reta, certo?
Reparou que as margens da estrada parecem se encontrar no horizonte?
Veja uma foto dessa situação:
“Ah, mas não vi o tal do triângulo bidimensional…”
Então vou te mostrar, uai!
Percebeu o triângulo agora?
“E se eu fotografar um triângulo, será ele um ponto de fuga”?
Não, jovem Padawan… Não será.
Quando você fotografa um triângulo qualquer, está fotografando um elemento triangular. O ponto de fuga é exclusivamente formado por duas margens ou linhas paralelas que, devido à perspectiva, parecem que vão se encontrar (e como já viu, às vezes se encontram).
Para ficar mais claro, fiz essa animação:
Vale ressaltar que, nem sempre, para haver um ponto de fuga é necessário que ele forme um triângulo completo. As vezes basta que ele forme uma parte de um triângulo, ou seja, as linhas não criarão a ilusão de se encontrarem no horizonte.
A forma de um triângulo incompleto, desde que criada a partir de linhas paralelas, também é um ponto de fuga.
Veja esse exemplo:
Essa é a fotografia de uma caixa d’água. Olhando de longe, ela tem o formato cilíndrico. Já olhando ou fotografando de perto, a partir da base dela, temos a ilusão de que ela é cônica.
Deu pra ver que o triângulo agora é incompleto?
Obs.: Tecnicamente triângulos incompletos como esse, ou seja, faltando o topo, são chamados de trapézio.
Veja o triângulo (Trapézio, né?):
Pontos de fuga são muito poderosos quando aplicados de forma consciente à composição, pois guiam o olhar do observador através da fotografia. Isso se dá devido à perspectiva criada pelas paralelas. Somos humanos e assim como outros animais, seguir caminhos é o que fazemos desde sempre.
No mundo real, identificamos caminhos da mesma forma: Através de pontos de fuga.
Na fotografia, atribuo o poder do ponto de fuga também ao triângulo.
Desde pequenos que nos guiamos pelas setas. Elas nos dizem para onde olhar.
E o que tem na ponta de uma seta?
Sim, um triângulo!
Podemos usar o ponto de fuga para guiar o olhar do observador para onde quisermos dentro da imagem.
Experimente usar o ponto de fuga em conjunto com as linhas da regra do terços e, principalmente, com as interseções.
Ao somar essa técnica às de enquadramento e composição que está aprendendo nesse curso, terá fotografias cada vez mais bonitas, fortes e interessantes de se observar.
Pontos de fuga podem ser retos, curvos, verticais, horizontais, formados por pontos ou padrões de repetição e podem ou não ter a forma completa de um triângulo.
Veja estes outros exemplos:
Obs.: Ao passar o mouse sobre as fotos, você verá uma breve descrição sobre elas.
Ao clicar na miniatura, poderá ver a foto em tela cheia.
Percebeu que várias fotos acima são simétricas?
Vamos entender isso mais a fundo:
Simetria:
Além de outras técnicas de enquadramento, também foi usada a simetria nas fotos acima. Na verdade é bem comum se conseguir uma foto simétrica quando se usa o ponto de fuga enquadrado em um dos terços centrais.
A simetria agrada muito ao ser humano. Inclusive existem estudos que teorizam sobre o fato de rostos simétricos serem mais atraentes.
Entender o que é simetria é muito fácil:
Imagine que você tem uma foto e que, se cortá-la ao meio e depois espelhar a parte que sobrou, terá basicamente a mesma imagem novamente. Ou seja, os dois lados da imagem devem ser iguais ou no mínimo parecidos. É bem difícil conseguir uma foto com os dois lados iguais, principalmente ao fotografar um assunto no qual a natureza está presente, portanto devemos ser flexíveis e considerar o “parecido” em nossas composições.
Veja essa animação com uma das fotos acima para ajudá-lo a entender a simetria:
Agora ficou mais fácil de entender, né?
Use e abuse de pontos de fuga, regra dos terços e suas interseções, simetria e, claro, tudo isso cuidando ao máximo do seu enquadramento, conforme foi visto na Aula 2. Lembre-se também de usar a compensação de exposição se achar necessário, conforme aprendeu na Aula 01.
Seguem agora alguns outros exemplos de simetria na fotografia:
Comparando a última foto da galeria com as outras, ela não parece simétrica, certo?
Porém os nichos são simétricos, e como são os elementos mais fortes da imagem devido ao seu tamanho e cor, a foto é considerada simétrica.
Assim como acontece com a regra dos terços, não é preciso ficar “preso” demais às regras de composição. Use-as para guiar você durante suas práticas. Recomendo sim que façam várias fotos completamente obedientes às regras de composição, porém exclusivamente para praticar.
Não se limite às regras; use-as a seu favor.
Outra coisa que deve ter percebido é que, nessas últimas fotos, não existem pontos de fuga.
Uma foto pode conter só a simetria como sendo técnica predominante, mas também, como viu lá em cima, dá pra usar a simetria e o ponto de fuga facilmente juntos na mesma fotografia, assim como a regra dos terços.
Me despeço por aqui e novamente deixo um recado:
Aprender é um processo.
Parte desse processo é adquirir conhecimento.
A outra parte é aplicar o conhecimento.
Abraços pra você e até a próxima aula!
2 respostas
Daniel Moreira, gostei do assunto pois gosto da simetria quanto da assimetria que foge da igualdade e mostra o inusitado. Esta aula foi muito didática. Parabéns professor!
Muito obrigado, Marta!