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Sabia que o Câmera Mais tem uma loja?

Enxergando com o coração

Após algumas discussões com fotógrafos conhecidos resolvi colocar a público minha posição quanto a formação de novos fotógrafos e regras ditas como obrigatórias para ser um profissional da área dentro de um segmento mais artístico.

Nas conversas com os profissionais que estão ha mais tempo que eu no mercado, o que diga-se de passagem, não é algo difícil de ser… rs, escuto sempre que a fotografia precisa contar uma história e é ai que se dá início a minha primeira divergência.

Eu discordo desta afirmativa.
Eu faço minhas imagens pensando na interação com o espectador. Não quero que ele simplesmente olhe, entenda e passe para a próxima.

Eu quero que ele olhe, imagine o que estava acontecendo naquele momento do registro e crie uma imagem em sua cabeça sobre qual teria sido o final daquela história. Com isso eu deixo ele pensando mais tempo na imagem que se identificou, que mais o atraiu e assim crio uma longevidade da obra em sua mente.

Ou seja, para mim a fotografia não tem de contar uma história mas sim dar início a ela e deixar a imaginação de cada um fluir criando diversos finais.
Logicamente que não estou falando de fotos documentais como por exemplo as fotos de Steve McCurry em suas famosas fotos de 11 de setembro pois ali já sabíamos o final da história.

Uma outra divergência que tenho é sobre a colocação destes mesmos profisionais onde falam que para se tornar um grande profissional na fotografia é ncessário no mínio de 10 a 15 anos de experiência no mercado para ai sim poder se classificar como fotógrafo.

Mais uma vez rebato essa colocação de uma forma onde apresento a minha compreensão e não é para puxar a sardinha para o meu lado.

Na época que estes mesmos fotógarfos deram início a suas carreiras o mundo era completamente diferente. Os equipamentos eram caríssimos, as formas de gerar imagens eram limitadas e o principal de tudo, o acesso a informação era uma grande dificuldade. Os poucos que tinham o conhecimento o detinham a sete chaves.

Hoje com a globalização tudo chega mais rápido a vista de todos. Os equipamentos baratearam e as imagens se tornam mais fáceis de revelar pois tudo é digital.

Concordo com eles quando falam que por conta de toda essa facilidade, o mundo da fotografia foi banalizado mas afirmo também que, com o surgimento da possibilidade de poder errar sem a preocupação de litaralmente queimar o filme, surgiu uma nova forma de aprendizado… O da tentativa e erro.
Os equipamentos se tornaram inteligentes ao ponto de avisar que você está errado quando realmente está, e para aqueles que realmente querem seguir na profissão, existem inúmeros tutoriais na internet para ajudar na teoria juntamente com o manual da câmera, que hoje é um grande livro com todos os recursos disponíveis.

Por isso repito, não vejo mais certeza nas colocações de quem afirma que o bom profissional precisa de anos de vivência para ser realmente um bom profissional. Concordo sim, que a bagagem desses profissionais das antigas é sem dúvida alguma um grande trunfo. O que sei, é que existe espaço para todos, pois cada uma tem o seu estilo e essa história de que os novatos sem bagagem estão roubando os lugares dos profissionais mais gabaritados é pura balela.

Se você entregar a mesma câmera para 10 fotógafos diferentes e pedir para que eles façam uma foto da sua janela para mostrar a selva de pedra que se vê do 10º andar da avenida Paulista, você terá 10 fotos diferentes pois cada um tem uma forma de enxergar. Cada um colocou um tipo de sentimento quando clicou. E o melhor de tudo, existe mercado para cada um destes olhares. Só é preciso descobrir onde. Mas ai é outra história, outro assunto a ser discutido.

Como dizia o grande fotógrafo Henri Cartier-Bresson, “Fotografar é colocar na mesma linha de mira, a cabeça, o olho e o coração.”

Escrevi todo esse texto para simplesmente dizer que não sei se estou certo em minhas colocações, mas é o que realmente sinto, e é com o coração cheio de paixão, que atuo na fotografia há exatamente 1 ano.

Sei que tenho muito a aprender e eternamente terei, mas neste pouco tempo já tive fotos publicadas no exterior (revista Bold Magazine – Call PARADE 2012), tenho fotos na parede de grandes representantes da arte no Brasil entre outras coisas. Fazer com o coração ajuda muito.

De forma alguma posso reclamar pois sou autodidata e converso muito com grandes fotógrafos que passaram a amigos como: Roberto de Guglielmo, Cacalo e Marcio Scavone. Talvez os únicos que realmente abriram as portas para falar sobre fotografia, mercado, amores e dissabores, sem se preocupar se eu estava ou não roubando seus mercados.

Sei que todo este texto poderá causar algumas divergências mas para fechar, coloco aqui uma frase de Nelson Rodrigues reforçando o que falei. “Toda unanimidade é burra”.

Até o próximo post.

Compartilhe! Mas só se você quiser. :)

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2 respostas

  1. Muito lúcido o artigo do Marcello Barbusci… A leitura que ele faz do mercado atual da fotografia está corretíssima. E digo mais: com esta oferta imensa de informações e de tecnologia, os egos de alguns fotógrafos tendem a retornar para seu devido lugar…

  2. Parabéns pelo Blog. Eu sempre amei fotografia e só recentemente adquiri uma camara profissional, estou encantado com as grandes possibilidades de fotografia q agora posso fazer, seus videos no Youtube foram o principio da minha aprendizagem, sou mt grato por pessoas assim como vc q dedicam a ensinar a outros o q sabem. Valeu!!! Abraço.

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